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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O coque de cabelos das meninas alemãs (e de outras nacionalidades)

revista.vogue.globo.com

Eu mantenho meus cabelos longos porque eu gosto assim. Recebi muitas sugestões ao longo dos anos para cortá-los, e até cortei uma vez "joãozinho", mas eu não me identifiquei, além de me sentir menos bonita.

Enfim, devido ao calor demasiado que faz em Manaus, eu sempre fiz coque quando saia na rua, tipo esse da fotografia (a), que é prático e até charmoso. E para ir tomar banho o coque que eu faço, habitualmente é o do tipo altão, como na fotografia (b)

Quando meu filho nasceu, eu comecei a fazer mais vezes o coque (b), não só para tomar banho, mas para cuidar dele ou para fazer uma limpeza pesada na casa. A diferença dos dois coque, para mim, era que um é "social" e o outro "anti-social" (risos). Até eu chegar em 2015 na Alemanha. 
Eu não conseguia acreditar no que eu estava vendo, e parecia uma cena de filme de comédia, e a piada residia no meu espanto! Só pode ser moda, pois o que eu mais encontrava na rua era mulheres jovens como esse coque altão, o "anti-social". E não é arrumadinho, penteadinho não, é assim como eu faço: sem pentear, viro a cabeça, jogo o cabelo todo para baixo e com as mãos faço o bendito coque.

Bem assim, todo desarrumado, um horror!!! pelo menos na minha opinião. Eu nunca quis ficar na frente do meu maridão com este coque, justamente para ele não me ver em tamanha feiura, mas às vezes ele me pegava, acidentalmente assim, e eu soltava o coque na frente dele (mais risos). Sabe que ele me dizia que eu fico linda e não entende o porque de tanta vergonha ou insegurança, e mesmo assim eu não "conseguia" acreditar.

revista.vogue.globo.com
Agora eu estou reconsiderando a minha opinião, afinal vejo diariamente um desfile de coques sobre as cabeças. Nestas horas eu queria ter um destes smartphones que fazem fotografias com boa resolução e não fazem barulho ou disparam flash. Queria mostrar para vocês as "pérolas" que já vi. 

A que mais "doeu" foi uma que se parecia muito com o coque da fotografia (c), a menina pegou só a metade do cabelo e fez essa obra de arte. A menina era uma linda, loura, olhos azuis, magrinha, estilosa, e com esse coque de parar o transito do Brasil, porque aqui ninguém, absolutamente ninguém se importa, além de mim (ah gente, vamos rir?).


gazetadopovo.com.br
Eu li em alguns site sobre cabelos e tendencias, e falam que esse é um penteado urbano de Londres e NY, super descolado, charmoso, estiloso e outros adjetivos positivos. Além de prático nesta ventania diária do outono, bem como, para o cabelo não "brigar" com o cachecol,
E para finalizar ...  eu já vi até rapazes com estes penteado!!!
No dia que eu ter coragem de finalmente sair na rua com um coque desses eu posto no meu Facebook, oder?


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Eu e meu chapéu

Alguém pode me explicar o que significa isso?
Eu comprei um chapéu preto de lã na Loja Primark, e logo que saí da loja comecei a usá-lo. Fui buscar meu filho no Kindergarten, como de costume.
Eu me senti como se estivesse em um comercial ou uma pegadinha, pois todos os tios, ou melhor dizendo, os vovozinhos me olhavam, e até sorriam discretamente para mim.
Ave Maria! o que estava rolando? será que estava engraçado ou ridículo? ou os dois?
Quando nós chegamos na estação, levantamos do banco do trem para descer, havia um tiozinho sorrindo largamente para mim. Eu olhei para trás, para constatar o engano, afinal eu não o conhecia, mas constatei que era para mim aquele sorriso. 
Gente, não estava normal, havia alguma coisa de errada com o meu chapéu, como assim, alemão sorrindo na rua para desconhecidos? E o habito de homem brasileiro de assediar mulheres na rua não se aplica aqui na Alemanha. 
Quando cheguei em casa fiz uma pesquisa na Internet, para saber a origem de tanto interesse dos vovozinhos no meu chapéu.
Esse modelo de chapéu que eu estou usando foi vendido a partir dos anos 20, na época em que a moda feminina passava por um processo de mudança radical, deixando para trás aqueles vestidos  e chapeus cheios de babados, tipo "Sinhazinha da Fazenda".
Eu concluí que os vovozinhos lembraram da "mãe" deles!!!
A minha figura de estrangeira, de traços indígenas, usando um chapéu que os faz lembrar da própria mãe ou da infância, causou-lhes um espanto, uma incoerência. 
Pensa que eu desisti de usar o chapéu? Pensa que os vovozinhos desistiram de mim?

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

De coração partido

Quando retornei para casa hoje, havia uma família com muitas mala, sacolas e um carro de bebê vazio na frente do meu prédio. Era quase 14 horas, e eu achei normal, talvez iam se mudar, estavam esperando o carro.
Porém, já era quase 17 horas quando eu olhei ocasionalmente para a janela e os vi lá em baixo, ainda sem a criança, e me angustiei.
Eu me vesti e fui até em baixo, para perguntar se estava tudo bem e se precisavam de ajuda.
Eles não falavam nem inglês e nem alemão, mas o rapaz me ofereceu seu Smartphone para eu digitar o que eu queria dizer.
Nós nos comunicamos assim, eu digitando as mensagem e o aplicativo traduzindo para eles e vice versa.
A mulher estava com o rosto inchado de chorar, e ainda chorava. O homem falou "Ronaldo e Futebol" quando eu disse que eu sou do Brasil, ele até sorriu minimamente. Um casal jovem, desiludidos com a vida.
Eu queria carregar eles dali daquele frio, não importasse qual fosse a história deles, eu não conseguia olhar para aquela situação de dificuldade e ser indiferente.
Eu imaginei que fossem sírios, mas não. São iraquianos.
Eles estavam morando no apartamento da irmã do rapaz, mas alguém do prédio denunciou que eles estavam morando em duas famílias, o que é proibido, em um apartamento de 50 metros quadrados, ou menos, eu não tenho certeza, mas sei que nos apartamentos menores do prédio que moro, tem somente um quarto, uma sala, um banheiro, cozinha integrada e não tem varanda.
O bebezinho deles ficou no apartamento da irmã do rapaz, eles dois, o casal, ficaram no frio, amargando sua sorte.
Eu estive com eles por uma hora, "conversando", dando-lhes palavras de fé e esperança. A jovem iraquiana, com seu véu, já não chorava mais ao me escutar.
Eu disse que poderia acionar o serviço social para ele não ficarem  na rua, daquela forma, naquele frio, mas ele me garantiu que já estavam esperando um taxi e iriam receber a chave do serviço social de um apartamento, hoje mesmo. Talvez seja verdade ou talvez eles foram se esconder em outro apartamento, quem saberá?
Hoje mesmo, li notícias na Deutsche Welle sobre atentados e agressões contra refugiados, justamente na região que moro, isto é, na Saxônia, a velha e fechada Alemanha Oriental.
Oh Deus, quanto sofrimento!!!
Eu pedi da jovem para eu dar um abraço nela e ela aceitou, e eu a apertei em um longo abraço fraternal, e para o jovem esposo eu dei só a minha mão, é claro.
Eles não são cristãos como eu, mas eu só lembrei da Sagrada Família.
Fra Angelico (cerca de 1395–1455) - The Yorck Project: 10.000 Meisterwerke der Malerei. DVD-ROM, 2002. ISBN 3936122202. Distributed by DIRECTMEDIA Publishing GmbH.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Aniversário no Kindergarten - conclusão

A educadora do meu filho decorou a sala e a mesa para a festinha de aniversário, na moda alemã, isto é, com simplicidade e delicadeza. Ela também organizou as louças e as bebidas, tive o trabaho somente de levar os bolos. 

Ela não permitiu que eu levasse as "sacolas surpresas" para distribuir aos coleguinhas, ela disse que no Kindergarten não é permitido, que eu só poderia em fazer isto em uma festa em casa. Pensando bem, ela está certa, imagina as crianças com a "lingua de sogra" e apitos, seria uma desordem total, hahaha.


Eu levei então um bolo de dois andares, um de côco e o outro de chocolate, como recheio de geléia de frutas vermelhas e uma inesquecível cobertura de brigadeiro, feito com leite condensado (isso não é tão obvio quando se trata da Alemanha) e uma torta de frutas, de um receita francesa. Levei também dois pacotes uma jujuba alemã, que é tradicional desde 1920, e deixa qualquer Kinder babando, é a "HARIBO macht Kinder froh" ("HARIBO faz as crianças felizes", literalmente).


Estamos no outono aqui na Europa e as decorações são feitas com folhas de cores outonais, animais de pelúcia como o porco espinho, raposa, cervo, entre outros, aboboras, sementes, castanhas e algumas frutas vermelhas, e para combinar fiz tudo com frutas. 
Sabe que eu adorei essa serpentina colorida que os alemães usam na decoração de festa?

Havia na mesa um prato com 6 velas, daquelas redondinhas, tipo para decoração. Eu avisei para a educadora que meu filho estava fazendo somente 5 anos, mas ela me explicou que na Alemanha, custuma-se colocar uma vela a mais para garantir o próximo ano. Gente, que fofo!!! adorei a idéia. 

Então, quando todos estavam sentados, a educadora colocou uma coroa de papel no meu filho, deu um balão cheio, somente para ele, avisou à todos que hoje era o seu dia e que ele seria o Rei. Ela acendeu um daqueles palitinhos que saem faiscas, ficou ao lado dele e cantou os parabéns, juntamente com as crianças e eu.

A educadora deu para meu filho um presente, um yoyo de madeira, vermelho, afinal é a cor que ele gosta. Meu filho recebeu outros dois presentes, de duas amiguinhas, lindas, eram desenhos coloridos e meu filho amou, assim como se tivesse ganhado brinquedos.

A velas  ficaram acesas, mas não foram apagadas. Os parabéns, e mais uma vez meu filho não apagou as velas. Porém eu estava lá, tomei providências. Peguei a vela "cinco" e pedi para cantarem e ele soprar finalmente, mas a educadora explicou que "soprar as velas" é somente no final, depois de comer o bolo. Ave Maria!!! O protocolo aqui é diferente, e eu obedeci. 

Finalmente nosso filho realizou seu desejo de apagar as velas do seu bolo de anivesário!!! Foi há dez dias atrás, foi uma festinha maravilhosa, inesquecível para meu filho, para mim, para todas as crinças da turminha e para a educadora, de verdade. Eu não consigo descrever o ambiente de afeto e carinho, criado por todos, nesta festinha, para fazer meu filho feliz. 
Obrigada Alemanha, mais uma vez.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Os caçadores de "caloteiros"

Você pode encontrar, em diferentes blos ou sites de brasileiros que moram na Europa, em especial, na Alemanha, falando sobre o controle do pagamento das passagens de ônibus, trens e Straßenbahn. Na postagem Blogs e sites de brasileiros na Alemanha, eu listo alguns sites incríveis, com informações super importante para um "marinheiro de primeira viagem". 

Entrar em um transporte público e não ter ninguém te para cobrar, a primeira vez que eu vi isto foi na Itália, o primeiro país que visitei da Europa, em Roma, quando viajei com meus amigos da UFPR. Nós comprávamos as passagens de ônibus em uma lojinha, entravamos no ônibus e validávamos em uma máquina que marcava o dia e a hora que a passagem estava sendo utilizada. 

No ônibus, nada de cobrador ou catraca!!! Porém todos tem a obrigação de ter passagens válidas para o trecho realizado, senão estará sujeito às penalidades, quando eventualmente entra um controlador de passagens e pede para que apresente um bilhete válido. 

Photo by www.dvb.de 
Quando chegamos na Alemanha, e compramos as passagens do Straßenbahn tivemos o mesmo espanto. Como assim? para quem eu mostro que comprei a passagem? Era realmente algo muito novo para mim.

Aqui em Dresden, não é diferente, Eu chamo os controladores de caçadores de "caloteiros", pois eles comportam-se assim, com caçadores suaves, mas implacáveis quando pegam  sua "caça", isto é, aquele que dá calote, andando na maior "cara de pau" sem um bilhete válido.

Todos os dias eu pego 4 transportes, para levar e buscar meu filho no Kindergarten, e durante estes meses posso contar nos dedos quantas vezes eu vi, os controladores.

Houve um dia em especial, quando eu estava em um Straßenbahn, eu sentei na última cadeira do trem, e logo ele, o controlador, se levantou e me cobrou o bilhete, como eu tenho um bilhete semestral, ando com segurança, e mostrei meu bilhete. 

Eu pude ver uma delicada expressão de decepção, mas entrou outros, e o cara, como um caçador, foi em cima do grupo de chineses, que demoraram, mas mostraram um bilhete válido. Mais uma decepção para o controlador, mas ele paracia não desistir. Ele tinha uma colega de trabalho, que ficava sempre sentada. 

E para felicidade do controlador, entraram mais pessoas, e finalmente ele encontrou um estudante, estrangeiro, que não falava alemão, e o cara se ferrou. A multa é de 50€ (ou mais, não sei ao certo).

Eu já vi algumas cenas de caloteiros pegos no flagrante, tem uns que até choram, outros esquecem como falar alemão (risos) e outros até tentam fugir, mas os "caçadores" são o bicho!!! 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O Muro de Berlim e eu

Eu estava com 15 anos de idade, no dia 9 de novembro de 1989, quando assisti o longo noticiário sobre a "queda" do Muro de Berlim.
Eu já estava cursando o primeiro ano do segundo grau e já havia estudado sobre a barreira física (o muro) que separava ao meio a cidade de Berlim, e tudo o que simbolizava a divisão da Alemanha em Oriental (socialista) e Ocidental (captalista). Sabia que durante a guerra fria, inúmeras famílias alemãs ficaram sem ter acesso aos parentes e amigos que tinha do outro lado da absurda "fronteira" (chamada de "cortina de ferro").

Eu lembro deste dia e das impressões e sentimentos que tive. Eu fiquei primeiramente impactada com a notícia porque eu, mesmo tão jovem, não conseguia acreditar que um dia isso poderia acontecer, mas aconteceu e eu estava vendo!!! Eu vi, naquele momento, que nada é impossível, e que talvez, eu também, um dia pularia de felicidade, assim como aquelas pessoas, por algum motivo especial. 

Eu já falei que sou de uma família muito pobre, passamos por necessidades, trabalhei para ajudar no sustento da casa, vendendo frutas, sofria humilhações por morar no "fundo do quintal" de favor, humilhações na escola e igreja, por não ter sapatos e roupas melhores, mesmo estudando em colégio público, onde a classe econômica daqueles que me humilhavam não era tão melhor que da minha família, eles só tinham um pouco mais (como diz minha tia "... quem persegue o pobre é o próprio pobre"). 

Eu, aos 15 anos eu não tinha fé no futuro, nem meu, nem dos outros, mesmo eu ouvindo minha mãe falar diariamente 
"... de hora em hora, Deus melhora. A fé é que me mantêm em pé."
A Reunificação da Alemanha (celebrada em 3 de outubro de 1990), me marcou, ao ver uma nação se unir novamente, após anos de divisão e sofrimento, privações e necessidades economicas do lado oriental, parecia-me um sinal de que algo muito bom também poderia acontecer na minha vida.

Hoje, aos 41 anos, morando na Alemanha (oriental, se ainda houvesse muro), venci as dores da pobreza e aprendi a acreditar no futuro mais feliz. Viva a Alemanha para sempre!!!



O lado oriental não havia qualquer rabisco ou
colorido, era o cinza sólido assim como o
socialismo.

Fragmento do muro de Berlim, do lado
capitalista, colorido de protestos.


sábado, 3 de outubro de 2015

Como não amar a Alemanha?

Eu costumo pegar livros na Biblioteca Pública perto da nossa casa, vou quase sempre sozinha porque o meu filho não gosta do espaço infantil que tem lá, é pequeno e meio sem graça, se comparado ao espaço da Biblioteca Central. 
No mesmo dia em que "aquele livro me quis", eu recebi um presente das bibliotecárias!!!
Photo by Galiceanu A. 2015
Depois que a menina me deu o recibo-controle dos livros que eu emprestei, ela perguntou quantos anos meu filho tem, pois a biblioteca tinha um presente para ele. Então ela me deu uma sacolinha de pano, com o logotipo "Lesestart".
Continha dentro da sacola um poster super colorido, dois guias de leitura para os pais incentivarem a leitura aos seus filhos e um lindo livro da Editora Arena, que tem livro incríveis para as crianças. Olha no site dessa editora, você vai "surtar", se voce tiver filhos de 0-12 anos.

A bolsa e o conteúdo, trata-se do programa de apoio e promoção à lingua e leitura, voltada para as crianças e adolescentes, um programa financiado pelo Ministério da Educação e Pesquisa da Alemanha (Bundesministerium für Bildung und Forschung).

Então eu pergunto: como não amar a Alemanha?

domingo, 27 de setembro de 2015

O meu outono

No outono de 2005, quando eu estava estudando aqui na Alemanha, eu vi a decoração de outono por todos os lados: nos janelões transparentes de vidros, nos degrais da porta de entrada das casas, nas lojas e até nas igrejas (as católicas). Eram abóboras de vários tamanhos, verdes, laranjadas, amarelas, combinando com velas e muitas folhas, galhos de árvores, sementes e nozes, simplismente lindo!!!

A mudança do tempo de verão para outono, aqui em Dresden, foi muito sutil, suave e até delicado. Chuveu muito pouco, ainda está fazendo dias ensolarados que combatem o frio outonal, e o vento provoca ainda mais a queda das folhas. É poético ver a mudança na paisagem. Eu saio diariamente para levar meu filho no Kindergarten, e em nosso caminho tem muita arborização urbana, e por consequencia, temos a ideia real e diária da mudança do verde das folhas para os diferentes tom outonais.


Eu comprei na livraria Thalia da Prager Straße, um livro sobre o outono super lindo, com fotografias deslumbrantes, ideias de decoração e algumas receitas. O melhor de tudo é que estava na promoção (fotografei com preço e tudo).


O livro é da editora Busse Seewald, que tem inúmeros livros sobre "lifestyle", decoração e ambiente, que eu desejo ter, mas ... Fotografei a página que mais gostei deste livro, uma decorção insquecível, com o roxo das ameixas, inpirador!

O outono chegou trazendo consigo o frio, o vento e a chuva. Lembra o que eu falei aqui, na postagem O outono está chegando? quando falei do "desfile em céu aberto"? então, as alemães, imigrantes e turistas não estão me decepcionando. A moda outonal desfilada em Dresden é elegante e romântica (é claro que tem algumas discrepancias, mas estas, assim como na Estatísticas, eu obtenho desvio quadrático médio da média, haha).

Foto da moda das meninas eu não posso fazer, mas da minha decoração de outono sim.
Você pode conferir no painel que criei no Pinterest My autumm / Meu outono 2015 

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Blogs e sites de brasileiros na Alemanha

O meu blog predileto que fala sobre a Alemanha, entre outros assuntos, é o blog Entre mãe e filha, da minha amiga Nina Sena, que mora no Sul da Alemanha, na mesma cidade em que eu morei.

O outro blog que eu gosto muito é o Cinquenta mil aventuras, inclusive, já falei aqui os motivos pelos quais eu o sigo. O blog Ana na Alemanha, que me chamou a atenção inicialmente pelo nome e depois me conquistou com as narrativas e as fotografias, da Alemanha e de outros países que a autora visitou com sua filha linda.
Se você está buscando super dicas de como migrar para a Alemanha, você entrou no blog errado, eu sei pouco sobre assunto, apenas posso indicar o site do Ministério do Interior da Alemanha, o Bundeministerium des Innern - BMI,  e indicar os blogs que falam sobre o assunto e te desejar sorte para que realize seu sonho!

Photo by Galiceanu A. 2004
Eu escrevo aqui é somente emoções, impressões, deste momento de minha vida. Eventualmente posso descrever alguma situação que contenha informações de como se vive aqui na Alemanha, mas será sempre dentro de algo que eu vivenciei, entende? Eu quero somente contar histórias, as minhas.

Eu encontrei alguns blogs, escrito por brasileiros, falando sobre o cotidiano na Alemanha, dando dicas importantes para aqueles que desejam migrar, estudar ou simplimente fazer turismo. Eu listei alguns, somente aqueles que eu realmente li os artigos. Eu já "frequento" a Alemanha desde 2002 e posso garantir que essa turma de blogueiros são espetaculares, tem artigos incríveis, que só de ler você já se sente na Alemanha.

Na minha lista, estão o  Alemanizando que tem também tem um canal de mesmo no Youtube; Mineirinhanalemanha tem postagens desde janeiro de 2004; De volta a nave mãe, blog desde 2008; Joaninha bacana, tem inúmeras postagens sobre a Alemanha e outros países como Holanda, Bélgica e França e muito mais; Quero aprender alemão, o nome diz tudo; Alemanha para brasileiros, super legal com dicas de viagens, vídeos divertidos com explicações; Alemanha por que não tem roteiros prontos e personalizados à venda no próprio site; Na Alemanha tem, Brasanha, Entre duas culturas, Batatolandia, Mão de vaca na Alemanha, Berlin Schau, Deutsch Toll (Eu, Alemanha e kem sabe vc...), Alemanha muito além do muro, Brunalemanha e tem muito mais, basta pesquisar.

Conheci na semana passada, no grupo "Crianças brasileiras bilingues em Dresden", a criadora do Anedotas da Batatolandia, a paraense Tamine Marklouf, jornalista, que escreve também Cartas de Berlim, publicadas no Jornal O Globo.

No Youtube tem também inúmeros canais de pessoas que falam sobre a Alemanha, dando dicas de turismo e até de migração. Eu gostei muito muito mesmo do Viaje com a Cris e Alemanizando, assisti vários vídeos de cada um, os autores são jovens, divertidos ao passar suas mensagens, mas sem perda de qualidade de informações. Achei hoje mesmo o canal da Carla Schulz, que postou um vídeo super sincero e até difícil de ouvir, para aqueles que tem o sonho de vir morar na Europa definitivamente, mas ela só falou a mais cristalina verdade. Tem também o canal da Manuela Fontes, o Aqui na Alemanha, que abriu neste mês de setembro de 2015, portanto, novinho.

No Facebook tem os grupos fechados, que promovem fóruns, discussões, dão dicas, respondem as mais diversas perguntas dos participantes, desde questões legais de migração até tipo mais adequado de shampoo para cabelos liso como "flechas de índios", pergunta esta que fiz no Brasichland - Mulheres brasileiras na Alemanha, e recebi inúmeras explicações e dicas para salvar os meus cabelos, e todo de uma forma legal, simpática e até amigável. Achei o Cozinhando na Alemanha, e adorei, pois as participantes fazem seus pratos fotografam e postam na linha do tempo do grupo, muito em breve vou postar alguma "obra", eu me identifiquei completamente com a "filosofia" do grupo. Claro, estou no Brasileiros em Dresden. Eu postei no Rede brasileira em Colônia. o artigo "Tapioca na Alemanha para contar" que eu escrevi aqui, neste blog e eles me deram a "maior moral", leram no mesmo dia e contou mais de 100 visualizações.  O Second hand Brasil/Alemanha, é o máximo, vocês não podem imaginar o serviço que este grupo oferece aos participantes, tanto para fazer compras quanto para vender, super legal mesmo.

Enfim, tem muita informação de qualidade sendo disponibilizada por brasileiros que moram ou moraram na Alemanha, com diferentes enfoques, pontos de vistas diversos, mas todos com a mesma realidade: a migração é um sonho, para muitos, possível de realizar, mas com obstáculos e dificuldades, que dependerá de cada um, superá-los ou não.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A Alemanha e os refugiados

As atuais notícias nas mídias digitais e na TV, estão destacando a situação degradante dos refugiados da Síria, em especial, por sua maioria e por sua motivação (a fuga da guerra civil estabelecida desde 2011).

Photo by dw.com/de
Eu não estou conseguindo nem pensar em outro assunto, é perturbador, eles (os refugiados) estão aqui, perto de mim, e eu ainda não fiz nada, além de donativos. 

Eu participo de um grupo de senhoras, "Dresden International Ladies Group", e no Facebook deste grupo, algumas senhoras estão fazendo campanhas de solicitação de donativos para os refugiados. Eles precisam de tudo, eles chegam somente com a própria vida. 

Os alemães civis, individual ou coletivamente estão providenciando suprimentos para os refugiados. Nas igrejas e escolas, nos escritórios, entre colegas de trabalho. É uma campanha verdadeira e legítima. Porém, há os que são contra ao exílio de estrangeiros, principalmente por não serem cristãos, mas sunitas, na sua maioria.

Alemanha é um país históricamente fascinante, tendo muito do que se envergonhar, mas muito do que se orgulhar, por ser hoje, uma nação economicamente estável e ter se reconstruído dos escombros das edificações e dos escombros morais, em uma época que era uma nação desconceituada mundialmente, por suas responsabilidades no maior massacre da história, até então, o Holocáusto dos judeus.

Os primeiros trabalhadores estrangeiros provenientes do Leste Europeu e Turquia chegaram no boom de 1950, os quais muitos destes trabalhadores imigraram definitivamente para a Alemanha, iniciando assim a multiculturalidade e tolerância aos estrangeiros. Nestes 65 anos, muitos outros imigrantes de diferentes nacionalidades, chegaram e adotaram a Alemanha como pátria. Porém é necessário destacar que a cultura alemã prevalece, a qual não foi abalada ou reduzida, ou mesmo modificada em favor de qualquer outra cultura introduzida por imigrantes.

A primeira vez que cheguei aqui foi há 13 anos atrás, e foi possível notar a internacionalidade, a tolerância às culturas do imigrantes, o respeito aos estrangeiros que chegavam para estudar ou trabalhar. É logico que meu ponto de vista é generalizado, somente para entrar em uma linha de pensamento e  conclusão. Terão tantos outros imigrantes, que talvez estejam insatisfeitos com os alemães e acreditam não ter nada para agradecer à esta nação.

A discussão dos imigrantes ilegais na Europa, não é de exclusiva responsabilidade da Alemanha, mas tem seu peso, por ser um dos destinos prediletos por eles. A preocupação com as consequèncias desta imigração em massa, tem sido o centro das discussões de políticos e cidadãos civis, incluindo também os próprios imigrantes legalizados. Haverá mais pessoas para o governo dar assistência, e ainda manter os benefícios aos cidadãos, sem recorrer à medidas de austeridade de benefícios sociais. E a segurança pública, será a mesma? Ou a Alemanha terá mais ganhos que perdas. Eu também quero saber.

Assim como para Brasil, eu desejo para Alemanha, um futuro feliz, leve, governado com justiça, para todos, imigrantes ou não, construíndo uma nação estável e promissora para as futuras gerações. Amém!!!

"Deus é alemão"

Sabe aquele ditado popular que diz que "Deus é brasileiro"? Então, eu concordo, diante de tantos problemas enfrentados no Brasil: problemas de segurança pública, falta de hospitais, acidentes de trânsito, entre outos. 

Algo me fez mudar o ditado popular para agradecer a Deus pelas inúmeras "providências" tomadas no sentido de proteger as crianças daqui. 

Eu estava em uma festa pública quando duas mães com seus bebezinho se aproximaram de onde eu estava sentada com minha família. Umas das mães se afastou e deixou seu bebezinho com a outra. A outra mãe pegou o seu bebezinho e colocou no chão, para auxiliar o outro bebezinho que estava chorando.
Photo by Jan Möbius (mz-web.de)
O bebezinho que foi para o chão, deveria ter por volta de 9 meses, e pegou um garfo de plástico que estava no chão, sujo com resíduos de comida, e colocou na boca. Com um gesto, eu mostrei para a bendita mãe, o que estava acontecendo, e ela sorriu para mim (bem forçado, tipo: o que você tem haver com isto?) e não fez um único movimento no sentido de tirar o objeto da criança.

A criança fazia movimentos fortes com o garfo na boca, e ainda o quebrou, tornando-se mais perigoso ainda, pois formou pontas amoladas com facas (voce pode imaginar o que eu descrevo?). Eu começei a suar frio nas mão e sentir náuseas, pelo duplo perigo que a criança estava passando: o do plástico rompido e do resíduo de comida do objeto, que muito provávelmente estava ali da noite anterior, e exposto a decomposição bacteriana e de uma "lambidinha" do rato, ou voces acham que aqui não tem rato pelas ruas?

Meu esposo me auxiliou, e pediu, pela milésima vez que não interfira na vida dos outros, mesmo que eu acredite que é para o bem deles, pois eles, muitas das vezes, não tem o meu ponto de vista, e esse conselho não cabe somente na Alemanha, mas por onde eu estive.

A criança cuspiu os pedaços de garfo, a mãe tirou alguns outros da boca da criança, e a colocou novamente no chão, e com oportunidade, pegou uma ponta de cigarros. Eu não mereço, virei de costas mesmo.

Tenho outras histórias, mas são muito particulares por conter exclusivamente o meu ponto de vista, então, nem vou tentar falar aqui.

O modo como as mães alemãs tratam seus filhos me incomoda muito, e obviamente, tem pontos positivos na linha de educação, mas muitos negativos. A total independência, como um sentido para a vida, é em parte, algo positivo que eu estou aprendendo a aplicar em nossas vidas, minha e do meu filho, mas daí entregar o filho à própria sorte, tem uma diferença muito grande, e que eu desprezo.

domingo, 6 de setembro de 2015

Kindergarten - organizar brincando

A professora do meu filho me solicitou que eu comprasse um Schüleretui (Foto 1), que é uma espécie de estojo de lápis de cor, canetas, régua, borracha, bloquinho de anotação, e muito mais, ou muito menos, dependendo da marca e do preço é claro.

Photo 1 by Galiceanu A. 2015
O Schüleretui é um material escolar comum para as crianças que já estão na Schule, isto é, na escola, que é o equivalente ao primeiro ano, entretanto algumas educadoras do Kindergarten, gostam de introduzir no cotidiano das crianças com 5-6 anos, pois breve terão a "responsabilidade" do uso e cuidado com seu próprio material.

Como setembro é o mês das voltas as aulas aqui na Alemanha, quando eu fui procurar um desses para o meu filho, só encontrava o "resto do resto", àqueles cuja capa era com desenhos bem feios, cores escuras, sem graça, um horror. Havia uns mais ou menos bonitinhos, mas eram muito caros, perto de 50€ (R$ 150,00 dependendo do câmbio), e para completar a obra, estavam vazios.
Achei esse fofo em uma loja, de nome impronunciável: Pfennigpfeiffer, que a professora indicou.

A cultura alemã tem algo que me atrai: a organização. Esses estojozinho parece-te brincadeira? mas não é. Lembra-te estojos no Brasil, como são? um saco bem fundo, com um zipper bem longo, onde jogamos tudo juntos, emboloados, não é? fazemos isto desde crianças até a fase senil. 

A proposta é ter tudo no lugar, visível, para que quando você precisar de algo específico, não perder tempo, pegar, usar e colocar novamente no lugar. Ahh, se eu tivesse recebido esta educação ... 
Photo 2 by Galiceanu A. 2015
Quando vou nas lojas de departamento para casa, eu fico admirada com tantos recursos para colocar a casa em ordem, e é tudo muito barato, tem da cozinha ao banheiro, da garagem ao jardim, dos brinquedos das crianças ao closet dos pais. Até o lixo, tem que ser "organizado", tanto na separação e armazenamento, quanto na coleta, eu vou falar aqui sobre esse tema. Olha nessa oficina: até a pá e a vassorinha tem um lugar (Foto 2).
Você que é bagunceiro, regenere-se antes de pisar aqui na Alemanha, é só um conselho ;-)

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Nem tudo são espinhos ... Parte II

A Alemanha havia acabado dar a maior goleada da história no Brasil, ganhando a Copa do Mundo 2014, com os inesquecíveis 7 x 1.
" A Alemanha – uma equipe inteligentemente estruturada por Joachim Löw já há duas Copa – deu aula, colocou o Brasil na roda, tirou onda, ganhou olé. À seleção que trabalha, toda glória. À seleção que só vive de bater no peito e de gritar o Hino Nacional, toda a perdição." Thiago Nogueira @SUPER_FC
Eu ainda sentia muito, mas a vida continua, não é?
Na época, eu estava preparando a festa de aniversário do meu filho, com o tema aviões, por ser o tema mais adequado, devido o seu interesse pela aviação (conforme eu falei no texto Olha o avião).

Eu planejei dar como lembrança da festa de aniversário, os posteres de aviões, que eu havia pego nas minhas últimas viagens para Alemanha, no Aeroporto de Frankfurt. Estes posteres eram distribuidos gratuitamente e não sei de ainda são distribuídos. Todo mês, era uma foto de um avião, de uma compania aérea diferente (são fotografias de tirar o fôlego). 

Eu percebi que eu só tinha 16 posteres e ainda faltariam 14 posteres para completar 30 sacolinhas surpresas, que seriam distribuídas para as crianças convidadas. Então tive a idéia de entrar no website do setor responsável pela impressão e distribuição dos posteres escrevi um mail solicitando o número de posteres que faltavam, e eu me comprometia em pagar as despesas postais.

Recebi uma resposta em três dias, solicitando o meu endereço, indicando assim que minha solicitação seria atendida. Eu adoraria pular esta parte, mas vou ter que contar também: o meu endereço em Manaus é complicado, pois o nome da rua que moro mudou. Ai eu fiquei na dúvida, se colocava o nome atual, que contêm 4 palavras, ou o antigo, com uma única palavra. Coloquei o nome antigo, e "deu capim na palheta" (isto é, confundiu tudo).

Sabe quando as coisas não querem dar certo, mas você não aceita?

Demorou uns dois meses para eu ter coragem e escrever novamente, perguntando se houve algum problema. O representante do setor de comunicação do Aeroporto de Frankfurt respondeu-me que, enviou para um endereço cujo o código postal era outro, não era o mesmo que eu havia dado. Certamente ele fez uma pequisa com o nome da rua que eu dei, mas não era compatível com o código postal e ai, vocês já podem imaginhar ...

Eu havia ficado tão feliz com o sinal de OK dos alemães e eu estava esperando com tanta ansiedade pelos posteres, eu fiquei muito decepcionada com a situação e entristeci. Entretanto, eu não conseguia me conformar que eu não teria total de posteres para todas as crianças. Solicitei em julho os posteres, e já era meados de setembro e a festa seria em outubro, parecia não haver mais tempo.
Eu também não poderia abusar da sorte, tão pouco abusar da bondade dos alemães, eu não insisti mais. Porém, outro mail do setor de comunicação fez meu "coração pular de alegria". Ele estavam determinado a enviar os posteres para os amiguinhos do meu filho, pediram um endereço correto para o envio.
Photo by Galiceanu A. 2014
A caixa chegou, ainda era setembro, cheia de souvenirs personalizados de "Ja zu FRA" (FRA é o código do aeroporto de Frankfurt, assim como MAO é de Manaus) e os postes, é claro. Na mesma semana, o porteiro do meu condomínio disse que tinha outra caixa. Eu não podia acreditar: era a primeira que eles haviam enviado em julho, e os Correios finalmente entregaram. E faltando alguns dias para a festa, quando tudo estava preparado, chega um encomenda em forma de tubo cheinha de posteres, cada um mais lindo que o outro.

A decoração e as sacolas surpresas do Aniversário do nosso filho ficaram incrível, as crianças adoraram, inclusive as meninas, mesmo sendo um tema de menino, afinal elas também viajam, não é? Foi uma festa insquecível!!!
( Quer ver algumas fotos entra aqui? )


Nem tudo são espinhos, o povo alemão, na sua maioria, estão sempre me surpreendendo, com sua gentileza, altruísmo e simpatia.
Obrigada Alemanha por tudo, até pelos aposentados que me dão história para contar.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Nem tudo são espinhos ...

Nem tudo são flores  aqui na Alemanha, mas nem tudo são espinhos ...

Foi uma tarde de maio, nos primeiros dias de sol e calor depois de mês de frio, eu quis aproveitar, e saí para fazer uma "pesquisa de preços" de panelas, mas não era qualquer panela, era uma Le Creuset, afinal, o dia das mães já estava perto, não é?

Eu fui para o ponto do Straßenbahn perto de casa, mas eu teria que esperar pelo menos oito minutos, então decidi ir à pé, pelo menos até o outro ponto, onde eu teria outras opções.

Ao chegar no ponto, fui ler o mapinha que tem as informações dos trenzinhos e diferentes paradas, quando uma senhora muito idosa perguntou se eu precisava de ajuda e para onde eu queria ir. Eu respondei que estava tudo bem, obrigada, e falei que eu queria ir para a Haultstellen Prager Straße, mas ela insitiu em me explicar que Prager Straße na verdade é uma rua, e não uma parada de trem, e ai foi puxando assunto, sobre assunto, e eu que sou igual um rádio, comecei  conversar com ela.

Foi tão espontâneo, mas um pouco estranho, pois eu nunca espero muita simpatia do povo daqui, principalmente dos idoso, que parece terem horror à tantos estrangeiros em sua amada e orgulhosa terra natal. Lógico que é injusto generalizar, mas ..., a gente "cria calos".
Photo: de.fotolia.com

A conversa ficou tão boa que nós duas fomos à pé para uma sorveteria, e tomamos um sorvete que ela fez questão de pagar. Depois seguimos pela Prager Straße até o Karstadt. Caminhamos lentamente e conversávamos como velhas amigas. Ela não se deixou fotografar, e tão pouco respondeu se queria telefone ou contato meu, ela deixou claro que o que ela queria era companhia para aquela tarde. Foi tão agradável.

Ela foi comigo para a loja, vimos os preços e depois saimos para a bendita Haultstellen Prager Straße, e a "minha amiga" estava completamente cansada. Nos despedimos com uma carga de emoção inacreditável, pois havia em nosso adeus a dúvida de nunca mais nos encontrarmos novamente.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Nem tudo são flores ...

Basta eu sair de casa aqui na Alemanha para eu ter uma história para contar.

Eu e meu filho estávamos nos dirigindo para o ponto de ônibus, para voltar para casa, quando uma senhora sexagenária que já estava no ponto, berrou para nós dois.

O ponto é bastante arborizado e com uma grama mal cuidada, e nós, eu e meu filho, caminhamos sobre a grama para escolher um lugar para sentar, pois estava muito quente e teriamos que esperar pelo menos uns sete minutos até o ônibus chegar. E foi por isto que aquela "senhora" mal humorado ficou aos berros, dizendo que não deveríamos pisar na grama, que deveriamos dar a volta

Respondendo ao tom de voz, eu desafiei a mulher com um  warum nicht? (traduzindo fica um simples por que não?, mas para um alemão idoso, xenofóbico e desequilibrado, é um tapa). Como eu dei o que a mulher queria (atenção), ela veio em minha direção e disse que não era o jardim da nossa casa, que eu deveria respeitar o espaço público do país que vivo (digam-me se não rolou um preconceito?). 

Eu estava com meu filho, havia acabado de pegar ele do Kindergarten, e nós dois estávamos flutuando de felicidade porque as professoras e até a Diretora estavam elegiando ele por ter ido vestido de Superman, fizeram até fotos com ele, sabe como? estavamos felizes. 


Eu respondi simplismente para ela que grama é grama em qualquer lugar do mundo, grama foi feita para pisar. Ela continuou nervosa, me dando lição de "moral" e insistindo que eu não tinha o direito de pisar lá. Ai eu me irritei e olhei no fundo dos olhos azuis dela e disse que: "eu não sou imigrante ilegal", foi a única coisa que me veio à cabeça, frente a insistência da mulher em dizer que nós não tinhamos o direito de pisa lá (como se quisesse dizer que não deveriamos estar na Alemanha). Eu nem precisei me mexer, ela saiu de perto de nós e eu fui finalmente sentar com meu filho na grama.

Nos espaços públicos, em Manaus, São Paulo, New York, Londres ou Dresden, as prefeituras escolhem, obviamente, grama resistênte ao pisoteio, sendo espécies rústicas, de fãcil manutenção. Logo, aqui na Alemanha não seria diferente.

E o dia em que coloquei meu filho para sentar em um banco que tem uma cruz (reservados para idoso, gestantes, deficientes), em um Straßenbahn, em Freiburg, sul da Alemanha? 

Eu sou uma pessoa consciente, e respeito as regras da sociedade, por educação e por altruísmo. Geralmente eu nunca sento nestes lugares, nem mesmo quando não tem ninguém que precise, mas neste dia eu fiz somente meu filho sentar porque haviam outras SETE cadeiras iguaizinhas desocupadas. 

Ai, entra um cara, não muito velho, com muletas, olhou e disse que queria sentar ali, onde meu filho estava sentado, ..., foi sulrreal. Eu não fiz objeção, tirei meu filho de lá e o coloquei em outra cadeira, também reservada, afinal tinha sete, né? Mas o cara não se conformou, e "rezou um terço" dizendo que o simbolo é internacional, e lalalá. Ave Maria! Que pessoas!!!

Eu fiquei mais nervosa com este cara, porque ele olhava para meu filho quando estava me moralizando. Eu respondi com muita raiva que os alemães são conhecidos internacionalmente também. Ai eu fiquei esperando a "muletada" na minha cabeça, mas não veio. O cara saiu no primeiro ponto, correndo somente uns três minutos, entre ele entrar, me esculhambar e sair.

domingo, 30 de agosto de 2015

Eu "andei" pedindo esmola

Quando meu esposo disse que queria voltar para Europa, para um pós-doutrorado, senti meu coração pular, literalmente. Ele falou logo que gostaria de ir para Technische Universität de Dresden, e eu concordei sem mesmo respirar.


Nosso filho ainda estava com três anos de idade, e então iniciei uma pesquisas sobre os jardins de infância, sistema de ensino, custos, possibilidades (falei isso em O Kindergarten para meu filho).

Photo by Galiceanu A. 2014


Encontrei entre outras informações, o blog Cinquentamilaventuras, de uma portuguesa, que me chamou atenção, em especial, sobre como foi a adaptação do seu filho no Kindergarten alemão. Eu li todos os textos referente ao assunto que ela escreveu em seu blog. Eu "caí das nuvens de algodão" em que eu me encontrava para uma "dura realidade terrena". Meu filho passaria, provavelmente, por um sofrimento na adaptação, e isto "pesou" como uma pedra gigante em eu coração.

No blog citado, a autora disse que ela deixava seu filho aos prantos no Kindergarten, que seu filho antes extrovertido, ficara solitário e calado,  e tantos outros detalhes que me fizeram chorar muito (como eu não pensei nisto? fui tão egoísta) e reconsiderar a idéia de sair do país para um desafio como este. A autora do blog também falou da Frau Müller, educadora do seu filho que ajudou bastante no processo de adaptação. Porém, mais nada me fazia acreditar que tínhamos feito um bom plano.

Eu estava disposta a desistir, preparei um discurso, mudei o tom de voz habitual que falo com meu esposo e declarei que nós não podíamos mais ir para Europa, nesta fase da infância de nosso filho, não seria justo com ele, não poderíamos, pelo amor que temos por ele. Citei todos os pontos negativos que eu não havia ponderado, antes de ler o blog da portuguesa.

E vocês sabem como pensam os europeus? Meu esposo tão surpreso, quanto admirado com a minha precocidade, isto para não dizer "inocência", falou que agora era exatamente o momento certo de sair, antes de começar a escola primária, simples assim.

(continua aqui ...)

Eu "andei" pedindo esmola - conclusão

Eu tenho uma amiga/irmã que tem um blog super lindo de ler (Entremaeefilha), a Nina Sena. Ela mora na Alemanha à muitos anos e sempre escrevia, entre outros assuntos,  sobre seu cotidiano aqui. E eu, lá de Manaus, dentro de uma dura realidade, lia sempre, para me sentir um pouco na Alemanha.

A idéia de começar a escrever um blog foi crescendo dentro de mim ao imaginar que eu também teria experiências no cotidiano alemão, e se consolidou quando eu estava fazendo as pesquisas sobre Kindergarten, e eu ficava imaginando quais seriam as emoções que nós viveríamos dentro da adaptação do nosso filho, assim como no blog que li, eu ficava imaginando as lágrimas do meu filho, as minha lágrimas, mas também as nossas conquistas na adaptação.

Eu iniciei este blog no ano passado, mas o abandonei por falta de tempo, afinal nós nos mudaríamos para outro país, temporariamente, mas gerou uma série de demandas antes da viagem (como arrumar o apartamento para um longo período fechado, afinal estou falando de Manaus, terra  de 99% de humildade relativa do ar, condomínio, cancelar plano de saúde, e mais).

Chegando na Alemanha, surgiram outras demandas, tornando-se impossível dar continuidade ao blog, o qual, considerei instinto. Porém, àquelas calças de moletom sujas de barro preto que falei aqui Na Alemanha criança brinca de verdade, despertou algo em mim.

Eu fiquei tão surpresa com o resultado (feedback) do número de visualizações das primeiras postagens deste ano, que me empolguei (risos). Eu postava no meu Facebook pessoal, e recebia um monte de like dos meus "amigos". Então, procurei uma ajuda para melhorar o desempenho de busca, para que fosse mais encontrado e consequentemente, lido.

Foi quando eu encontrei uma dica super legal no blog Blosque, blogando com alma, sobre como ter Feed RSS, uma ferramenta que permite as pessoas leiam seu blog, sem visitar o blog, segundo a autora do Blosque, na postagem Top 5 - erros que se cometem com o primeiro blog. Encontrei também neste blog que eu "andei" pedindo esmola!!!

Quando telefonei, escrevi email ou mensagens para os amigos, no Facebook, dizendo para lerem meu blog, eu mendiguei, ai que vergonha :-(
Eu fiquei deslumbrada com os acessos ao blog e de certa forma com vaidade.
"nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considere os outros superiores a vocês mesmo" Felipenses 2:3.
Agora como os pés no chão, continuo aqui, meu projeto, agradeço imensamente todos que leram, este blog. Eu pretendo continuar com minhas impressões sobre o cotidiano alemão para uma amazonense meio atrapalhada. Ao final desta aventura, poderei, por exemplo, converter cada postagem em PDF, imprimir e deixar como um caderno de recordações, independete se poucas pessoas ou ninguém ler.

Peço desculpas aqui para todos os amigos que pedi a esmola, causando um constrangimento, talvez.

Photo by Persil - CANALETTO Stadtfest Dresden

 Um abraço para todos vocês, leitores coagidos e voluntários.


sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O outono está chegando

A primeira vez que estive na Europa foi no outono de 2002, para participar de um curso de Manejo Florestal na Universidade de Freiburg. Na época eu era estudante de Mestrado, da Universidade Federal do Paraná, tinha meus "vinte e poucos anos" e dez quilos menos. Essa é uma longa história, mas não vou contar agora.

O curso foi na Floresta Negra, a "Schwarzwald" em alemão. Eu fiquei encantada com o que meus olhos viam, parecia que eu estava em uma capa de caderno, sabe como? Nos anos 90 algumas capas de cadernos ou de album de fotografias, vinham com uma foto de alguma floresta no outono do Hemisfério Norte, com as folhas descoloridas e caídas no chão.

Era quase inacreditável aquele espetáculo da natureza, tão romântico, emocionante, eu sentia vontade de chorar, por estar vivendo e realizando um sonho. Eu me emocionei tanto que perdi até uma lente do meu óculos (risos e mais risos).
A lente  estava meio saindo e eu não tive tempo para ajustar antes da viagem, então passei uma fita colante transparente, mas não adiantou, caiu no meio daquela montanha de folhas ao chão. Teve até um estudante alemão (somos amigos até hoje) que quis me ajudar a procurar, mas vimos a impossibilidade e desistimos.

Até ontem fez um calorzão aqui em Dresden, mas hoje amanheceu com núvens pesadas, chuvendo fininho, fazendo aquele frio conhecido, ..., é o outono, ele está chegando.
Photo by Galiceanu A.

Os trajes mudarão: aquelas roupas do verão vão voltar para as gavetas, e a moda outono-inverno vai ditar as regras, trench coat,  botas de plástico e guarda-chuvas. Eu já estou ansiosa para assistir o desfile a céu aberto. Tudo isso é muito intrigante, diferente, mas belo.

Eu me despeço da primavera-verão de Dresden, com gratidão e saudade, dos belos dias de sol e calor, das flores que encontrei por todos os lados, da grama dos espaços verdes públicos, gratidão pelo dia que tomei banho no Rio Elbe.

Agora vamos nos colorir com as cores do outono.


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A cultura, o povo, as diferenças

Cada dia eu tenho uma história para contar.
Ontem, quando eu estava voltando para casa com meu filho, aconteceu algo que me fez lembrar de Manaus.

O "motorista" do Straßenbahn que pegamos, confundiu-se e entrou no trilho à direita, quando ele deveria seguir em frente!! Ai vocês nem podem imaginar o transtorno deste erro: esses trenzinho de rua, assim como os trens grandes não fazem marcha à ré. Resultado: o trenzinho ficou parado ao longo da curva, e em alguns minutos já surgiria outro trem para ocupá-la corretamente e seguir em trajetória correta.
Photo by www.bahnbilder.de 
Todos que estavam no trenzinho, assim como eu e meu filho, sabiam que o motora errou. Eu pensei que ia rolar alguma gargalhada, mas não. Meu filho logo comentou que a direção estava errada.

O motora, um senhor sexagenário, saiu de sua cabine, falando para si próprio "que erro". Ele atravessou os quatro vagões do Straßenbahn de cabeça baixa, para evitar possíveis olhares, e andando bem depressa até chegar ao outro extremo do trenzinho e manobrar no sentido contrário, para sair do trilho errado e retornar para o caminho correto. O silêncio dentro de todo o trem era incrível! Ninguém riu ou comentou entre si, e eu com meu filho, conversavamos baixinho em português sobre o ocorrido, afinal as crianças tem curiosidade não é?

Depois o motora teve que retornar para a sua cabine, e novamente passar por todos os passageiros. Ele ainda estava muito constrangido com o seu erro, mas retornou para o seu comando um pouco mais confiante.

Honestamente eu me admirei com o comportamento dos passageiro alemãe e estrangeiros, todos foram solidários ao motora, ao ficarem em silêncio e não riem dele.

Lembrei de uma vez, quando estava em Manaus, e eu, meu filhinho bebezinho e meu esposo estrangeiro, pegamos um ônibus que faz o trajeto da região sul da cidade ao centro, e aconteceu algo totalmente diferente do que aconteceu no Straßenbahn (risos).

O citado ônibus, em seu trajeto, passava por uma "comunindade" barra pesada, antes de seguir para o centro. Havia o último ponto de parada dentro da comunidade, mas o motorista passou direto. Ai uma mulher começou a gritar lá o final do ônibus todos os palavrões conhecidos no vocabulário popular. A mulher xingou o motorista até daquilo que não se deve xingar um homem. Meu Deus, e os outros passageiros ainda colocavam "lenha na fogueira", dando gargalhadas e xingando o motorista também, acrescentando mais ódio na mulher.

Ao final o motorista parou somente em um cruzamento, na saída da comunidade e a mulher saiu. Todos foram para a janela olhar. Eu me esforcei um pouco e vi: uma criatura esquelética, toda tatuada nos braços e pernas, com roupas vulgares, super jovem, uma menina. Foi tão espantoso, de onde essa menina tinha tanta confiança em agredir verbalmente um homem?

Nas favelas tem seus "códigos" e esta menina estava reagindo exatamente como é o seu cotidiano. 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

CANALETTO Dresden - água potável X lixo

Photo by Galiceanu A. 2015
Aqui na Alemanha a água da torneira é água potável e tem comprovadamente, um padrão elevado qualidade.

A empresa responsável pelo tratamento e fornecimento de água daqui Stadtentwaesserung Dresden, esteve presente no CANALETTO com um stand para a conscientização da população quanto ao descarte correto de lixo para não contaminar o sistema de esgoto.

O cartaz diz que "o vaso sanitário não é lixeira". Eles colocaram três exemplos classícos de erros cometidos pela população em relação ao descarte de lixo indevido, e o melhor de tudo é que eles explicaram o porquê de não ser permitido, ilustrando até mesmo as consequências deste descarte incorreto.

E eu que imaginava que aqui tudo já funcionava de modo perfeito, que todos já eram conscientizados, fiquei até surpresa com o stand. Porém, meu esposo explicou que a Alemanha, nos últimos anos, tem recebido muitos imigrantes e refugiádos, os quais são introduzidos aos sistemas de coleta de lixo, mas sempre algum detalhe escapa, bem como alemães natos, que não são perfeitos, e também cometem erros por ignorância ou preguiça. Eu já vi alemão colocando na caixa de lixo reciclado, um pacote de salsichas "sambadas", eca!!! esse "preguiça" deveria ter colocado somente o pacote de plástico devidamente lavado, e as salsichas no lixo ordinário (aquele tipo que não serve para nada, nem como biológico).

Então vamos lá aprender com os alemães causas e efeitos do descarte errado de lixo: 
(a) todos os tipos de remédios - os medicamentos entram no ciclo da água, e  seus resíduos são parcialmente removidos ou não removidos nas modernas estações de tratamento de água. Os resíduos prejudica o meio ambiente e a própria saúde dos usuários de água potável. Portanto medicamento é no lixo ordinário.
(b) todos os lenços umidecidos para bebês, facial ou refrescante - estes inocentes lenços são feitos com fibras plasticas ou de algodão e causam o entupimento dos canos de esgoto de sua residência e por consequência, o entupimento da bomba no sistema de esgotos. 
(c) tintas, solventes e produtos químicos - esses líquidos podem formar gases explosivos ou tóxicos nos esgotos. Aqui em Dresden tem um centro de reciclagem Stadtreinigung. Eu nem posso imaginar o que o povo descarta no sistema de esgoto, lá em Manaus, senti até uma aflição (affff!!).
(d) cotonetes - minha gente, vocês não podem imaginar o que um pequeno cotonete jogado no vaso sanitário pode provocar. Eles podem entupir bombas e assim impedir o transporte das águas residuais para a estação de tratamento. Um vez lá, eles tem que ser rastreados através de todos os sistemas de computador até chegar ao rio (o Elbe)
(e) produtos de higiene, pontas de cigarros e outros - as fraldas, absorventes internos e externos, preservativos, pedaços de tecido, pontas de cigarro devem serem jogados obviamente no lixo ordinário. Esses resíduos causam um esforço elevado para a limpeza.
(f) restos de alimentos, óleos e graxa - alimentos nas águas residuais podem atrair ratos, e a estação de tratamente, além de invertir esforços na limpeza das águas, tem que tratar odores provenientes do esgoto. Óleos e graxa contaminam os sistemas de esgotos, pode imaginar? Gente de Deus, sabe resíduo de gordura que voce eventualmente pode limpar com um papel toalha da sua panela ou do Sugar? não coloca no vaso sanitário, mas no lixo doméstico.
Podem acreditar, todas essas informações são aplicáveis ao sistema de esgoto do Brasil, quando tem, é claro.

Photo by Galiceanu A. 2015